terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"(...)nem nada a dizer, aqui e agora..."


Houve uma noite em que ela voltou a tentar compreende-lo, a tentar perceber e a tentar interiorizar o que se passava na cabeça dele. Ele explicou, voltou a explicar e ela ouviu... vezes sem conta as suas razões, motivações e até mesmo as suas desculpas. Por momentos ela até compreendeu... mas para quem olha nos olhos sem precisar falar, tudo o que foi dito evaporou... num instante, num segundo. Porque só acreditamos nas palavras quando os olhos nos afirmam que é isso que estamos realmente a sentir. Mas os dele não afirmaram, não deram verdade a nada do que foi dito. Revelaram apenas medo, aquele que só de pensar faz-nos ter arrepios no pescoço, suar as mãos... Houve uma noite em que ele quis acreditar "no que está certo", que ele quis fugir... Houve uma noite em que ela percebeu que ele queria mesmo acreditar nas próprias palavras, e nessa noite... ela deixou-o acreditar.

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