Às vezes escrever faz chorar

Há aquelas noites em que a tua vida passa como um filme nos teus olhos, rápido e em modo acelerado para quase nem teres tempo de reagir. Esta noite foi assim, recordas-te momentos que te fizeram rir no escuro do quarto e outros que te deixaram lágrimas nos olhos, iluminados apenas pela luz do telemóvel, esse que guarda tanta, tanta cumplicidade, tanta negação, tanto medo, tanto... NÓS. Guarda e vai continuar a guardar. Sempre. Porque lembranças são mesmo para isso, para serem guardadas. E por tudo de bom que no uniu, por tudo o que partilhámos, por tudo o que um dia nos fez perceber "tudo" apenas com uma troca de olhares, sem toque... sem palavras... sem nada... que quero que sejas feliz. Longe. Porque perto não vais ser. Não consegues ser. Eu sinto isso. Sinto cada vez que olhas para mim. E não quero. É por isso que te vou deixar ir, como me pedis-te um dia... é por isso que vou deixar de pensar em ti cada vez que quiser partilhar algo "meu" com alguém, que vou "esquecer-te" no meu telemóvel, que vou deixar de sentir as músicas que sei que são para mim, que vou deixar de escrever aqui sobre ti. Porque já nada disto faz sentido... tal como estares aqui agora, a ler este texto, sabendo exactamente que é para ti. Sei que vais ficar triste, que vais continuar a vir aqui saber como estou, sei que vais sentir falta de pertencer a este meu sempre uma vez que tanto nos descreveu... mas também sei que um dia vais perceber que esta foi a maior prova de CUMPLICIDADE que algum dia te dei, a maior que tu querias e a maior que precisavas.

Sei que sabes que sim. Hoje. Aqui e agora. Tu. Pedro.