sábado, 24 de março de 2012

Voz off


Tens aquele ar de que está sempre tudo bem. Ris. Sorris. Contas episódios engraçados do teu dia. Brincas. És feliz. Estás sempre feliz. (Aparentemente). Mas é quando chegas a casa e vestes o pijama que as coisas mudam. Tanto. Deixas de ter aquele brilho nos olhos. Deixas o sorriso lá fora. E ficas... ficas à espera que o dia acabe rapidamente e a passo acelerado... para não teres de suportar as discussões de sempre, pelos motivos de sempre, com as pessoas de sempre. É a rotina (de sempre). E é quando ouves o bater da porta e vês o fundo da tua caixa de chocolates que sabes que não aguentas mais. Que não consegues. Que não queres. Ficas horas na cama a pensar em nada... mas davas tudo para ter alguém ali, contigo. Não precisavas de grandes conselhos, de grandes frases de ânimo. Precisavas só do silêncio de um corpo quente, ao teu lado. Um corpo onde pudesses deitar a cabeça e dormir. Tranquila. Segura... com o aconchego de um beijo na testa e duas festinhas no cabelo. Daquelas que sabem a algodão doce, a nuvens e a chá de limão. Daquelas que sabem a coisas simples. Leves. Daquelas que deixam o coração morninho... como o sabor a biscoitos da tua boca ao pequeno-almoço.

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