sexta-feira, 20 de junho de 2014

Coisas que eu sei

Sabes, mais uma vez sei de coisas que tu não sabes que eu sei. Talvez nunca vás saber ou talvez um dia eu ganhe coragem de mandar a toalha ao chão e te conte tudo o que sei, tudo o que tenho aqui enroladinho. Dentro do peito e que muitas vezes quis saltar para fora e eu não deixei... Sabes aquela sensação na barriga quando comes depressa demais? Ou quando bebes água muito fresca? É parecida... Tu sabes que não o deves fazer mas fases... e depois lamentas-te como se não estivesses à espera que a sensação fosse assim, como se não fosse igual às outras vezes. Como se já não a conhecesses.

O que sinto é isso, sinto que agora sei aquilo que pensava que sabia. Só que agora sei mesmo. E não é bom. Saber que sei e saber que tu sabes e mesmo assim sabermos que ambos me estão a enganar. Tu a mim. Eu a mim. É, às vezes engano-me a mim própria... é mais fácil (quem sabe), menos doloroso e menos explicativo. É, adivinhar que sabemos alguma coisa dá muito trabalho a explicar e nós mulheres temos o dom de fingir que acreditamos nas coisas, sabias? É a maneira mais fácil de não mostrarmos as nossas fraquezas... Eu não quis mostrar as minhas. Não quero. Não agora.

Amanhã não sei... tudo o que tenho aqui enroladinho pode desenrolar sem eu conseguir pará-lo... e nesse dia eu não sei o que vai acontecer. Nem tu. Nesse dia ambos vamos perceber que afinal as mulheres são mais fortes do que imaginam e que quando dizemos que achamos alguma coisa já temos a certeza dela. Disso não duvides. Eu nunca duvidei. Às vezes duvido de mim e da forma como encontro aquilo que não quero... mesmo que não faça por isso... mesmo que naquela momento não queira. O momento impõe-se sobre aquilo que quero (ou não quero) encontrar.

Tenho sido a descobridora daquilo que me magoa. Daquilo que me fere e faz chorar. Tenho sido a descobridora ocasional daquilo que é rotina (aparentemente) e só eu sei o que esses rasgos de Pedro Álvares Cabral me tem arrancado tudo por dentro. Devagarinho.

Descobrir coisas também é torturar-se... devagarinho para não doer tanto de uma só vez. Mas é mentira, dói igual de todas as vezes. Dói muito sempre. Tanto. Dói tanto quando queres que te digam a verdade sem tu dizeres que a sabes... e ouvires promessas de amor encobertas em palavras vazias que sabes que não significam nada para a tua cabeça mas tudo para o teu coração. Envolves-te naquilo que tentar evitar mas o amor fala mais alto... e mais uma vez finges não saber o que sabes.
E volta tudo ao início e voltas a prometer a ti própria baixinho... que da próxima vez é que é, que próxima vez mais gritar ao mundo tudo o que sabes. Imaginas as reacções. Sonhas. Mas no fundo sabes que quando esse dia chegar, o amor vai voltar a falar mais alto... mas o amor que é só teu. Não dele. Nem vosso.

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