quinta-feira, 4 de abril de 2013

Alguém disse

"Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos. Fecha os olhos agora e sossega o pior já passou há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão desvia os passos do medo. Dorme, meu amor (...)
Mas nada temas: as suas asas de sombra não hão-de derrubar-me eu já morri muitas vezes e é ainda da vida que tenho mais medo.
Fecha os olhos agora e sossega a porta está trancada; e os fantasmas da casa que o jardim devorou andam perdidos nas brumas que lancei ao caminho. Por isso, dorme, meu amor..."

Maria do Rosário Pedreira

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